Cemaee propôs programação nesta segunda-feira, 19, dirigida à comunidade surda

Foco é ampliar os diálogos sobre a cultura surda e a inclusão dos alunos em práticas efetivamente bilíngues

O Centro de Atendimento Educacional Especializado Pe. João Machado Evangelho – Cemaee promoveu na manhã desta segunda-feira, 19, uma série de palestras com especialistas da área da inclusão para professores de Atendimento Educacional Especializado – AEEs, Inérpretes de LIBRAS e pais e responsáveis dos alunos surdos da Rede Municipal de Ensino de Rio das Ostras.

A primeira palestra, intitulada a ‘Construção histórica da Educação de Surdos’, ministrada pela tradutora e intérprete de LIBRAS da Rede Municipal, Fabiane Guimarães, traçou com os presentes uma Linha do Tempo da garantia de direitos para o público. A segunda palestra, ministrada pela psicóloga bilíngue, professora e especialista em Educação Inclusiva, Luciana Dantas Ruiz, apresentou o tema ‘Trajetória de vida de surdos – Histórias de superação’.

Encerrando o evento, a palestra ‘Educação de surdos e perspectiva bilíngue: Qual o papel do professor, do intérprete e da família?’, contou com a expertise da Dr.ª Rosana Prado, professora adjunta do Departamento do Ensino Superior/DESU do Instituto Nacional de Educação de Surdos/INES, do mestrando, pedagogo bilingue e intérprete de LIBRAS, Jaderson Vasconcellos e da pedagoga e especialista na educação de surdos, Marcia Regina, trouxe um panorama atual para a comunidade.

Na palestra, a também coordenadora do curso de Pedagogia do DESU/INES voltado para a formação de professores surdos, Rosana Prado, discursou sobre a necessidade de informação sobre a surdez na Educação. “Educar uma criança surda é educar a família junto. A educação é um direito humano e temos que garantir a equidade. A escola tem que ser um espaço de acolhimento da cultura surda e colaborar com a comunicação desses alunos”, afirmou a mestre e doutora em Educação.

O professor e intérprete de Libras da Rede Municipal, Rodrigo Pessanha, analisa a ação do Setembro Azul como uma projeção favorável sobre a temática. “Há uma necessidade muito grande de informações sobre a surdez. Eventos como esse mostra que estamos caminhando para uma realidade favorável ao aprendizado e desenvolvimento de alunos surdos. Estou há 14 anos nesse ramo, e as palestras fazem ‘um filme passar pela cabeça’. Acredito que estamos no caminho certo”, afirmou.

A mãe do aluno Isaque da Silva Pinheiro, que estuda na Escola Municipal Rio das Ostras, participou do evento e apontou importância do momento de aprendizagem. “Quando descobrimos a surdez do Isaque, ficamos muito perdidos. Ainda falta muito para a inclusão dos surdos na sociedade. Espero que com esse evento, que é uma evolução, possamos ter mais avanços em relação aos surdos e todas as outras pessoas outras deficiências”, disse Midian Cilene da Silva Pinheiro.

INCLUSÃO – Sobre a rotina do Isaque na escola, Midian destacou o carinho e o amor no atendimento ao aluno. “O atendimento da escola é cem por cento. Todos o tratam com muita paciência, amor e carinho. Os alunos com necessidade são muito bem-recebidos. A gente fica muito feliz, querendo que esse processo de inclusão aconteça sempre no município”, pontuou.

O secretário municipal da pasta, Maurício Henriques, esteve presente ao evento, que contou com a tradução dos intérpretes Helderlany Mendes e Alini Ribeiro.